Barnevernet de volta às manchetes. O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem proferiu outros acórdãos

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O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) em Estrasburgo emitiu novas decisões sobre casos de bem-estar infantil na Noruega. Em ambos os casos, as violações foram alegadamente cometidas por funcionários da Barnevernet (Agência de Protecção da Criança).

Num dos casos mais notórios dos últimos anos, a Noruega foi absolvida.

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem proferiu as suas decisões há uma semana, na quinta-feira 20 de Janeiro. O primeiro destes, decidido a favor do país do fiorde, diz respeito a uma mulher checa que perdeu a custódia dos seus dois filhos. Os funcionários tinham restringido os seus direitos parentais em 2015. O caso tem sido repetidamente noticiado pelos meios de comunicação social checos.

O Presidente Miloš Zeman chamou às práticas norueguesas uma tentativa de desnacionalizar as crianças. Ao fazê-lo, utilizou o termo “Lebensborn”, uma referência à política nazi durante a Segunda Guerra Mundial para preservar a pureza racial. Numerosas manifestações também tiveram lugar no país, tendo os participantes criticado as acções de Barnevernet.

A decisão, emitida a 20 de Janeiro, mostra que os advogados da CEDH não encontraram qualquer falha nas acções empreendidas pelos funcionários noruegueses. Salientam que a decisão de pôr termo às visitas de uma mãe com os seus dois filhos, que estava em vigor desde 2016, não constitui uma violação dos direitos humanos. O acórdão indica que Barnevernet abordou adequadamente a questão da manutenção da relação pai-filho, tendo ao mesmo tempo o objectivo de preservar os melhores interesses das crianças mais pequenas.

Noruega condenada por violações

O segundo acórdão da CEDH indica que a prática norueguesa violou os direitos humanos. Os pais que ganharam o julgamento são cidadãos da Noruega e da Eslováquia.

O caso dizia respeito à assunção da custódia dos filhos pelos Estados e à retenção de poucas oportunidades para os pais terem contacto com os seus descendentes. Os advogados consideraram que a restrição dos direitos parentais era justificada, mas que a criança deveria crescer numa família de acolhimento.

O acórdão também concluiu que os funcionários não procuraram encontrar uma solução alternativa para o caso e reunir a família.

Há vários anos que os meios de comunicação social noruegueses estão empenhados em relatar acórdãos do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem em casos de custódia de crianças. Como o Dagbladet salienta, já em 2016, representantes estatais mantiveram conversações com delegações da Lituânia, Letónia, Polónia, República Checa, Roménia, Nigéria, Rússia, Ucrânia, Irão, Brasil, Tailândia, Egipto e Índia. As reuniões abordaram a questão do bem-estar das crianças no país do fiorde.

Entre 2019 e 2021, os juízes da CEDH emitiram 14 acórdãos nos quais reconheceram que a prática norueguesa viola os direitos humanos. As restrições que restringem as visitas dos pais aos seus filhos têm sido criticadas. Em alguns casos, os funcionários permitiram apenas duas visitas por ano.