A cerveja consumida frequentemente e em grandes quantidades tem um efeito decididamente prejudicial no corpo – aumenta a concentração de triglicéridos no sangue, aumentando o risco de aterosclerose e pancreatite, entre outros. Além disso, o excesso de álcool fornecido com sucessivas pintas de cerveja prejudica o pâncreas e o fígado.
Estudos demonstraram que o abuso do álcool aumenta o risco de muitas doenças, desde a pancreatite até ao AVC hemorrágico, passando pelo cancro do fígado e do cólon. Ao mesmo tempo, aumenta o risco de excesso de peso e obesidade (especialmente o tipo abdominal). Como regra geral, a maioria das sociedades recomenda a moderação no consumo de álcool e o cuidado com o abuso do álcool (binge drinking).
Cerveja caramelizada para lactação
Ainda circula um velho mito nas enfermarias de parto e maternidade de que o melhor remédio para os problemas de amamentação nas mães lactantes é beber cerveja de caramelo. Isto deve-se à crença de que os polissacáridos de cevada contidos na cerveja escura afectam a secreção da prolactina, a hormona responsável pela produção de leite materno nas mulheres.
Como regra geral, o álcool não é recomendado durante a lactação, mas são permitidas pequenas doses, por exemplo, um copo de vinho tinto. Contudo, se a mãe decidir beber bebidas alcoólicas, deve esperar cerca de 2-2,5 horas depois de beber o copo de vinho antes de amamentar o bebé para minimizar o risco de efeitos nocivos para o seu desenvolvimento. O consumo crónico de álcool pode mesmo reduzir a produção de leite materno, pelo que não é recomendado.
Potenciais benefícios de beber cerveja
O consumo leve a moderado de cerveja pode estar associado a alguns benefícios para a saúde. Benefícios para o coração. As doenças cardíacas são a principal causa de morte em muitos países. Vários estudos sugerem que o consumo ligeiro a moderado de cerveja (e álcool em geral) pode estar associado a um menor risco de doenças cardíacas.
Um estudo de 12 semanas envolvendo 36 adultos com excesso de peso concluiu que o consumo moderado de cerveja – uma bebida para mulheres, duas bebidas para homens por dia – melhorou as propriedades antioxidantes do colesterol HDL (bom), ao mesmo tempo que melhorou a capacidade do organismo para remover o colesterol.
Uma grande revisão concluiu que o consumo de cerveja de baixo a moderado – até um por dia nas mulheres, até dois nos homens – pode reduzir o risco de doenças cardíacas de forma semelhante à do vinho. No entanto, é importante notar que estes benefícios potenciais estão apenas associados a um consumo leve a moderado. Por outro lado, o consumo pesado de álcool pode aumentar o risco de doenças cardíacas e derrame cerebral.
Pode melhorar o controlo do açúcar no sangue
O consumo leve a moderado de álcool pode melhorar o controlo do açúcar no sangue, o que constitui uma preocupação para muitas pessoas com diabetes. Vários estudos demonstraram que o consumo leve a moderado de álcool parece reduzir a resistência à insulina – um factor de risco para a diabetes – bem como o risco global de desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Além disso, um grande estudo envolvendo mais de 70.500 participantes relacionou o consumo moderado de álcool – 14 porções por semana para homens e nove para mulheres – com um risco 43% e 58% mais baixo de diabetes, respectivamente.
No entanto, o consumo excessivo de álcool e o binge drinking podem contrariar estes benefícios e aumentar significativamente o risco de diabetes. É também importante notar que este benefício potencial não se aplica à cerveja e outras bebidas alcoólicas, que contêm elevadas quantidades de açúcar.
Outros benefícios potenciais
Pode melhorar a densidade óssea. O consumo baixo a moderado de cerveja pode ser associado ao fortalecimento ósseo em homens e mulheres na pós-menopausa.
Pode reduzir o risco de demência. O consumo de álcool leve a moderado pode diminuir o risco de demência. No entanto, o consumo pesado de álcool pode aumentar este risco.